GEOGRAFIA ECONÔMICA: 388 bilhões de Reservas Cambiais na Mira do Governo Bolsonaro

Fonte: imagem da seção de economia da UOL.

Por Belarmino Mariano

Diante das ultimas e seguidas quedas na Bolsa de Valores de São Paulo e do aumento do dólar ao patamar dos R$4,14 reais por dólar, o Superministro da Fazenda, Planejamento e Economia, Paulo Guedes declarou que para acalmar o mercado, pretende mexer em mais de R$ 100 bilhões dos mais de R$ 388 bilhões de Reservas Cambiais do Brasil. A ideia é pressionar o Banco Central do Brasil para que liquide ou venda parte das nossas reservas cambiais livremente na Bolsa de Valores. Nestes termos, fica fácil entender as ideias em privatizar a casa da moeda e garantir a total independência do Banco Central. Ou seja, esse governo é preparado para ceder as chantagens do mercado, vendendo seus ativos como quem vende banana madura no final da feira livre.
Depois da destruição de importantes reservas ambientais do Brasil, inclusive com a privatização de algumas reservas ambientais para exploração de empresas privadas. o governo começa a colher o que plantou nos primeiros 8 meses de governo. O mês de agosto ficou para a história com as maiores queimadas e desmatamento da Floresta Amazônica. O livre direito das queimadas, o ataque as reservas ambientais e aos territórios tradicionais indígenas. O governo vendo tudo e ficando calado, se fazendo de mudo, só reagindo depois da reação internacional e ameaças de restrições aos produtos brasileiros 
O mundo reagiu a pior e desastrosa crise ambiental do Brasil e o mercado aproveitou a onda para fugir do Brasil. De acordo com o Portal 241 em sua seção de economia (Economia 247) destaca que  governo Bolsonaro agora, se volta para também queimar os mais de 388 bilhões de Reserva Cambial que foram economizados durantes os governos Lula/Dilma. A fuga de capital estrangeiro já é registrada como a maior dos últimos 23 anos e olha que desses 23 apenas 13 foram foram dedicados ao PT e aliados. Nas últimas semanas, já foram embora do Brasil, mais de 10,7 bilhões de reais.
O Paulo Guedes, Ministro da Economia pretende em uma só lapada, queimar mais de 100 bilhões das nossas reservas cambiais e a desculpa é que manter as reservas cambiais do país é muito caro.
Se os investidores estrangeiros venderam mais ações do que compraram, significa dizer que estão pulando fora do nosso mercado de capitais e como aves de rapinas que se aproveitaram dos animais mortos pelas queimadas  ou ratos em porões de navio naufragando, todos fogem, sentem uma tensão no ar e, mesmo com "cheiro de queijo no ar", entendam como as reformas trabalhistas e a famigerada reforma da previdência que agradou o mercado.
Parece que os desastres nos rumo do governo e a instabilidade e incerteza da política econômica do Paulo Guedes, os experientes investidores já sabem que o governo se desloca para um buraco profundo, muito mais rápido do que imaginavam os mais céticos especuladores financeiros.
Mas vamos entender a importância das reservas cambiais de um país para enfrentar as adversidades ou crises econômicas mundiais. Vale lembra que entre 2008 e 2009, o mundo foi surpreendido pelos papeis pobres do mercado imobiliário americano e se instalou uma significativa crise econômica internacional. é aquela simples história de sempre guarda ou poupar ou reservar parte do que você ganha, para usar em momentos de dificuldades. 
Claro que os especuladores internacionais querem encontrar um governo disposta a torrar essas reservas cambiais e durante as eleições, o futuro super mistro da economia, fazenda e planejamento, Paulo Guedes, já declarava interesse em gastar essa poupança e sempre declarava que abriria nossa economia com super privatizações. A ideia era liquidar tudo, vender e na verdade liquidificar, triturar e colocar o país no fundo do buraco.
Claro que existe uma crise de relações diplomáticas internacionais entre as duas maiores economias do mundo (EUA e CHINA), em especial com as imposições econômicas de Trump perante o potencial econômico dos chineses, mas nos parece que o governo brasileiro já escolheu o lado americano, esquecendo-se que a balança comercial Brasil e China é a mais importante e superavitária da ultima década.
De acordo com os atuais dados do The Observatory of Economic Complexity (OEC Brasil), "Os principais destinos de exportação do Brasileira a China ($48 Bilhão), o Estados Unidos ($25,1 Bilhão), a Argentina ($17,8 Bilhão), a Holanda ($7,57 Bilhão) e a Alemanha ($6,18 Bilhão). As origens de importação de topo são a China ($27 Bilhão), o Estados Unidos ($20,4 Bilhão), a Argentina ($9,3 Bilhão), a Alemanha ($9,3 Bilhão) e a Coreia do Sul ($5,39 Bilhão)". 
Vejam que as negociações do Brasil com a China chegam quase ao dobro dos negócios com os Estados Unidos, sem esquecermos que os chineses também estão no topo das nossas importações. Mas o atual governo Bolsonaro, ao se posicionar fielmente aos ditames do governo Trump, começa a criar dúvidas e incertezas com a China, mais importante parceiro do Brasil. 
Em outros cálculos podemos perceber que se somarmos pelo menos os outros parceiros como Argentina ($17,8 bilhões), Holanda ($7,57 bilhões) e Alemanha ($6,18 bilhões), chegamos aos $31,55 bilhões de dólares. Ou seja, as relações com a China ainda ultrapassam em mais de $16 bilhões. Mas, se considerados o viés ideológico dos chineses, é melhor apoiar o ultradireitista Trump e ceder a economia brasileira aos seus interesses.
Na época dos governos PTistas, o Brasil conseguiu economizar e fazer sua reserva cambial, que na atualidade ultrapassa os 388 bilhões. Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a usar parte dessa reserva para pagar juros da dívida externa e em meio aquela forte crise, disponibilizou títulos brasileiros e acalmou o mercado em toda a America do Sul (Mercosul). 
Na época o Presidente Lula, declarou que a crise internacional, vista por muitos como um furacão, Lula afirmou que no Brasil passaria como uma "marola". Ele estava certo, pois os nossos papeis eram reais e produtivos. 
A direita tirou ondas, criticou o presidente e os especuladores até tentaram tirar vantagens do Brasil, mas a política econômica comandada por Lula não nos levou para o buraco. Na época, Lula passou a investir pesado no mercado interno, liberando impostos sobre os produtos industrializados brasileiros, criando uma linha branca para eletrodomésticos e zerando impostos sobre automóveis zero km.
Agora vemos o presidente bolsonaro liberando impostos para que Trump venda etanol mais barato que os agroindustriais do etanol brasileiro. Ou seja, o atual governo favorece os especuladores do mercado financeiro, mas esquece que será melhor investir nas ações de industrias de álcool americano do que de empresas brasileiras.

Fonte:
https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2019/08/26/dolar-tem-alta-de-037-e-fecha-a-r-4140-na-venda.htm
https://oec.world/pt/profile/country/bra/
https://www.brasil247.com/economia/o-buraco-de-bolsonaro-bolsa-tem-maior-fuga-de-capitais-em-23-anos
https://www.seudinheiro.com/dolar-ja-subiu-demais-e-mercado-desenha-correcao-vai-ter-disney/

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